terça-feira, 29 de janeiro de 2013

domingo, 27 de janeiro de 2013

domingo, 20 de janeiro de 2013

Por que evitar a ostentação?


“Usar uma calça jeans de grife ou qualquer outra coisa de marca é suficiente para tirar uma pessoa insegura do tédio da insignificância e levá-la à ilusão de pensar: ‘Agora eu sou importante! Se você não acredita, dê uma olhada na etiqueta da minha roupa!’” — Chaytor D. Mason, psicólogo.
PARA conseguirem a admiração dos outros, alguns ostentam roupas de grife e outros itens chiques. Em certo país asiático, por exemplo, os “novos ricos amam produtos luxuosos — itens importados, como bolsas francesas e carros esportivos italianos. Mas o que eles mais amam é exibir [sua riqueza]”, diz um artigo do jornal The Washington Post.
É claro que não há nada de errado em aproveitar as coisas boas resultantes de seu trabalho. A Bíblia diz: “Que todo homem coma e deveras beba, e veja o que é bom por todo o seu trabalho árduo. É a dádiva de Deus.” (Eclesiastes 3:13) Mas é sábio ostentar, ou exibir, nossos bens? O que a Bíblia diz?
“O rico tem muitos amigos”
Quando alguém rico ou que finge ser rico ostenta seus bens, que tipo de amigos ele talvez atraia? A Bíblia nos dá uma dica neste sábio provérbio sobre a natureza humana: “O pobre é desprezado até pelo seu vizinho, mas o rico tem muitos amigos.” — Provérbios 14:20Bíblia na Linguagem de Hoje.
Isso dá a entender que os “muitos amigos” do rico na verdade não são amigos da pessoa em si, mas dasriquezas dela. A suposta amizade e os falsos elogios deles são motivados por puro interesse. A Bíblia chama esse tipo de conversa de “fingimento para cobiça”, ou ganância. — 1 Tessalonicenses 2:5.
Então, pergunte-se: ‘Que tipo de amigos eu quero? Amigos que me amam pelo que tenho ou pelo que sou?’ A Bíblia mostra que nosso comportamento influencia no tipo de amigos que atraímos.
“A sabedoria está com os modestos”
Outro problema relacionado ao exibicionismo fica evidente no relato bíblico sobre o Rei Ezequias, que viveu na Jerusalém antiga. Certa vez, ele mostrou a pessoas influentes de Babilônia “tudo o que se achava nos seus tesouros”. Obviamente, sua grande riqueza impressionou os visitantes. Mas isso também deve ter estimulado a ganância deles. Depois que eles partiram, Isaías, profeta de Deus, disse corajosamente a Ezequias que um dia todo o seu tesouro ‘seria realmente levado a Babilônia. Não sobraria nada’. E isso aconteceu mesmo! Depois de anos, os babilônios voltaram e levaram todas as riquezas que pertenciam à família de Ezequias. — 2 Reis 20:12-17; 24:12, 13.
Hoje, as pessoas que ostentam sua riqueza também correm o risco de perdê-la — pelo menos parte dela. Um relatório sobre criminalidade e segurança no México diz: “Exibir ostensivamente riquezas atrai ladrões na Cidade do México. Usar joias e relógios caros e mostrar grandes quantidades de dinheiro chamam um tipo indesejável de atenção.” Fica claro que é muito melhor seguir o conselho da Bíblia de não se orgulhar “das suas riquezas”. (Jeremias 9:23). “A sabedoria está com os modestos”, diz Provérbios 11:2.
Veja o que há de bom nos outros
Em vez de querer chamar atenção para si mesmo, alguém modesto e humilde se agrada das qualidades e pontos positivos dos outros. A Bíblia diz: “Não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo.” (Filipenses 2:3PastoralGálatas 5:26acrescenta: “Não fiquemos egotistas, atiçando competição entre uns e outros, invejando-nos uns aos outros.”
De modo similar, pessoas que têm o conceito de Deus sabem que o altruísmo e o respeito mútuo são a base da verdadeira amizade e que essa amizade não termina quando o dinheiro acaba. Na verdade, ela fica mais forte com o tempo. “O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo”, diz Provérbios 17:17. Acima de tudo, a pessoa sábia se esforça para agradar a Deus. Ela sabe que ele não fica impressionado com a aparência externa, mas se concentra na “pessoa secreta do coração” — o que somos por dentro. (1 Pedro 3:4) Por isso, esse tipo de pessoa se esforça bastante para desenvolver qualidades que caracterizam o que a Bíblia chama de “nova personalidade”. (Efésios 4:24) Algumas dessas qualidades são mencionadas em Miqueias 6:8: “O que é que Jeová pede de volta de ti senão que exerças a justiça, e ames a benignidade, e andes modestamente com o teu Deus?”
É verdade que o mundo de hoje não incentiva nem um pouco a modéstia. Mas isso não surpreende quem estuda a Bíblia. Como assim? Ao falar dos “últimos dias”, a Bíblia predisse que os humanos, no geral, seriam “avarentos, . . . vaidosos, . . . e cheios de orgulho”. (2 Timóteo 3:1-5BLH) Nesse contexto social, pessoas que ostentam seus bens se sentem bem à vontade. Mas Deus nos incentiva a ‘ficar longe dessa gente’, para que não nos tornemos como elas.
JÁ SE PERGUNTOU?
● Que qualidades agradam a Deus? — Miqueias 6:8.
● Como devemos encarar as qualidades e os pontos positivos dos outros? — Filipenses 2:3.
● Por que não devemos ficar surpresos com a ostentação predominante no mundo? — 2 Timóteo 3:1-5.

Satisfazer a sede de amizades


Satisfazer a sede de amizades
“SOLIDÃO não é doença”, declara o livro In Search of Intimacy. “É uma sede saudável . . . , um sinal natural de que estamos precisando de companheirismo.” Assim como a sede nos leva a beber água refrescante, os sentimentos de solidão devem nos mover a procurar boas amizades.
Mesmo assim, segundo as observações da francesa Yaël, “alguns evitam qualquer tipo de contato com pessoas”. Mas optar pelo isolamento, seja qual for o motivo, não resolve nada e ainda nos faz sentir mais solitários do que nunca. Um provérbio bíblico diz: “Quem se isola procurará o seu próprio desejo egoísta; estourará contra toda a sabedoria prática.” (Provérbios 18:1) Portanto, é necessário primeiro reconhecer que precisamos de amigos para então agir.
Atitudes práticas na busca de amizades
Em vez de ter dó de si mesmo ou até invejar aqueles que parecem ter mais ou melhores amigos, por que você não adota uma atitude positiva, assim como fez a italiana Manuela? Ela comenta: “Especialmente na adolescência sentia que estava sendo ignorada. Para superar essa fase, analisei pessoas que tinham boas amizades. Daí, tentei desenvolver as boas qualidades dessas pessoas para me tornar alguém mais agradável.”
Uma atitude prática é cuidar de si mesmo em sentido físico e intelectual. Alimentação saudável, descanso suficiente e exercícios na medida certa — tudo isso vai ajudá-lo a ter uma aparência melhor e a se sentir bem. Ser esmerado, limpo e bem arrumado não só o torna alguém com quem as pessoas gostam de estar, mas também lhe dá uma medida razoável de auto-estima. Mas cuidado! Não caia na armadilha de dar importância demais à aparência. “Usar roupas da moda não ajuda ninguém a encontrar verdadeiros amigos”, observa a francesa Gaëlle. “Pessoas decentes olham o que há no íntimo.”
Você tem um conceito positivo a respeito da vida? Isso o ajudará a ter um semblante feliz. Um sorriso verdadeiro é mais atraente do que acessórios para roupas e, segundo Roger E. Axtell, especialista em linguagem corporal, “é absolutamente universal” e “fácil de ser compreendido”.* Acrescente a isso um bom senso de humor, e as pessoas se sentirão naturalmente atraídas a você. Afinal, o que pensamos e sentimos afeta nossa conversa e até mesmo nossa aparência.
Lembre-se: essas boas qualidades vêm de dentro. Portanto, continue sempre enchendo a mente e o coração com conceitos e sentimentos saudáveis e positivos. Leia sobre assuntos interessantes e significativos, como acontecimentos atuais, diferentes culturas e fenômenos da natureza. Escute música edificante. Evite, porém, que a TV, filmes e romances entupam a mente e as emoções com fantasias. Os relacionamentos que geralmente se vêem na tela não retratam a vida real, nem são amizades verdadeiras, mas apenas o fruto da imaginação do autor.
Abra o coração!
Zuleica, que mora na Itália, lembra-se: “Quando era mais jovem, eu era tímida e achava difícil fazer amigos. Mas sabia que, se a gente quiser ter amigos, é preciso tomar a iniciativa, deixar que outros nos conheçam e conhecer outros.” De fato, para termos verdadeiros amigos, precisamos nos abrir, ou seja, deixar que os outros saibam quem realmente somos. Essa abertura é muito mais importante para a verdadeira amizade do que um visual bonito e uma personalidade carismática. “Pessoas com amizades duradouras e achegadas podem ser introvertidas, extrovertidas, jovens, idosas, sem graça, inteligentes, simples, bonitas; mas uma característica é comum a todas elas: franqueza”, observa o conselheiro Dr. Alan Loy McGinnis. “Elas são transparentes, deixando as pessoas enxergarem o que há no coração.”
Isso não significa que sua vida tem de ser um livro aberto ou que você tem de revelar seus segredos mais íntimos para alguém com quem não se sente à vontade. Significa, sim, expor os sentimentos e idéias para outros de maneira seletiva e progressiva. A italiana Michela diz: “A princípio, meu problema era que eu ocultava meus sentimentos. Tive de fazer mudanças e tentar manifestar mais meus sentimentos, para que meus amigos pudessem entender o que eu estava sentindo e se achegassem a mim.”
Mesmo que você seja naturalmente gregário, ou seja, que goste de estar com outras pessoas, ainda assim é necessário tempo e certa convivência para desenvolver confiança mútua entre amigos. Durante esse período, procure não ficar muito ansioso com o que os outros pensam de você. A italiana Elisa lembra-se: “Meu problema era que, toda vez que queria dizer algo, tinha medo de não me expressar corretamente. Daí pensei que, se fossem mesmo meus amigos, eles entenderiam. Então, quando algo saía errado, eu começava a rir de mim mesma, e todo mundo ria comigo.”
Portanto, relaxe! Seja você mesmo; fingir não ajuda em nada. “Não há nada mais atraente numa pessoa do que ela demonstrar quem realmente é”, escreveu o conselheiro familiar F. Alexander Magoun. Os que são realmente felizes não precisam ficar fingindo ou tentando impressionar. Poderemos desfrutar duma amizadeverdadeira apenas se formos verdadeiros. E, da mesma forma, é preciso deixar que as outras pessoas sejam elas próprias, pois quem é feliz aceita os outros como eles são e não fica se aborrecendo por causa de pequenas falhas, nem acha necessário ajustar seus amigos para que se enquadrem em suas idéias pré-concebidas. Empenhe-se em ser alguém feliz e não crítico.
Para ter amigos, seja amigo
Há ainda outro fator importante, aliás, o mais fundamental de todos. Quase 2 mil anos atrás, Jesus mostrou que o segredo de todo e qualquer relacionamento humano é o amor altruísta, ou sem interesse. Ele ensinou: “Assim como quereis que os homens façam a vós, fazei do mesmo modo a eles.” (Lucas 6:31) Esse ensinamento ficou conhecido como Regra Áurea. De fato, a única maneira de ter amigos é você mesmo ser um amigo altruísta e generoso. Em outras palavras, para ter amigos, seja amigo! Para prosperar, as amizades precisam focalizar mais o dar do que o receber. Devemos estar preparados para colocar os interesses dos amigos à frente das nossas preferências e conveniências.
Manuela, citada anteriormente, observa: “Assim como Jesus disse que aconteceria, a verdadeira felicidade vem do dar. Quem recebe é feliz, mas quem dá é ainda mais. Dar pode significar simplesmente perguntar como os amigos estão, tentar entender os problemas deles e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance sem esperar que eles peçam.” Portanto, tome a iniciativa de mostrar interesse nos outros, incluindo os amigos que já tem. Fortaleça os relacionamentos. Não sacrifique amizades por causa de empenhos menos nobres e menos gratificantes. Afinal, os amigos merecem tempo e atenção. O italiano Ruben comenta: “É fundamental reservar tempo para conseguir amizades e mantê-las. Em primeiro lugar, ser um bom ouvinte leva tempo. Todos nós podemos melhorar no que diz respeito a ouvir o que os outros têm a dizer e mostrar interesse nisso, sem interromper.”
Demonstre respeito
Outro segredo para se ter amizades felizes e duradouras é o respeito mútuo, o que inclui demonstrar consideração pelos sentimentos alheios. Você espera que seus amigos usem de tato e discrição quando os gostos e opiniões deles diferem dos seus, não espera? Então, por que não age da mesma forma com eles? — Romanos 12:10.
Outra maneira de mostrar respeito é não sufocar os amigos. A verdadeira amizade não é ciumenta nem possessiva. A Bíblia declara em 1 Coríntios 13:4: “O amor não é ciumento.” Portanto, cuidado com a tendência de querer os amigos só para si. Se trocarem confidências com outros, não fique ofendido, talvez chegando até a evitá-los. Saiba que todos nós precisamos nos alargar no que diz respeito a amizades. Dê a eles espaço para terem outras amizades também.
Leve em conta ainda a necessidade que seus amigos têm de privacidade. Quer solteiros quer casados, todos precisam de um tempo para si. É verdade que devemos tomar a iniciativa de mostrar interesse nos outros, mas seja equilibrado e tenha empatia. Não permita que seus amigos se cansem de sua presença. A Bíblia acautela: “Faze raro o teu pé na casa do teu próximo, para que não se farte de ti.” — Provérbios 25:17.
Não exija perfeição
É claro que, quanto mais os amigos conhecem uns aos outros, tanto mais evidentes ficarão suas fraquezas e suas virtudes. Isso não deve ser motivo para nos impedir de fazer amigos. “Alguns esperam um pouco demais dos prospectivos amigos”, comentou o francês Pacôme. “Eles esperam que tenhamos só boas qualidades, mas isso é irreal.” Ninguém é perfeito, e não temos o direito de exigir isso das pessoas. Esperamos que os amigos venham a nos aceitar apesar das nossas imperfeições e que tolerem nossas fraquezas. Não deveríamos também desconsiderar as falhas dos nossos amigos? Será que não estaríamos imaginando algumas ou dando importância demais a elas? O escritor Dennis Prager escreveu o seguinte: “Amigos sem defeitos (isto é, os que nunca reclamam, são sempre amáveis, nunca estão de mau humor, só pensam em nós e não nos desapontam jamais) são conhecidos como animais de estimação.” Se não quisermos ter animais de estimação como nossos amigos mais íntimos, precisamos acatar o conselho do apóstolo Pedro de deixar que ‘o amor cubra uma multidão de pecados’. — 1 Pedro 4:8.
Tem-se dito que as amizades multiplicam as alegrias e dividem as tristezas. No entanto, para ser sensato, não devemos esperar que os amigos satisfaçam todas as nossas necessidades e resolvam todos os nossos problemas. Essa é uma visão egoísta da amizade.
Amigos leais nos ajudam a lidar com todas as pedras no caminho
Depois de ter conquistado um novo amigo, nunca devemos pensar que já é uma amizade garantida. Quando o tempo e a distância os separam, os amigos pensam uns nos outros e oram uns pelos outros. Mesmo que só se encontrem em raras ocasiões, os amigos podem reiniciar o relacionamento, pois sentem que ainda há um vínculo entre eles. Especialmente quando enfrentam dificuldades ou carências, na maioria das vezes é fundamental estarmos disponíveis para os amigos, evitando nos afastar quando eles têm problemas. Talvez seja a ocasião em que mais precisem de nós. “O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo e é um irmão nascido para quando há aflição.” (Provérbios 17:17) Além disso, quando há algum mal-entendido, eles são rápidos em fazer as pazes e em perdoar um ao outro. Os verdadeiros amigos não pulam fora só porque há uma pedra no caminho.
Poderá ganhar muitos amigos se tiver motivação altruísta e se aproximar dos outros com uma atitude positiva. Mas o tipo de amigos que você tem também é muito importante. Como selecionar bons amigos? O próximo artigo falará sobre isso.

Um homem e uma mulher podem ser “apenas bons amigos”?
  Um homem e uma mulher que não são casados entre si podem ser amigos? Isso depende do que queremos dizer com a palavra “amigo”. Jesus era um amigo achegado de mulheres solteiras como Maria e Marta, ambas da aldeia de Betânia. (João 11:1, 5) O apóstolo Paulo era amigo de Priscila e de seu marido, Áquila. (Atos 18:2, 3) Podemos ter certeza de que essas pessoas tinham terna afeição umas pelas outras. Mas, ao mesmo tempo, é inconcebível pensar que Paulo, muito menos Jesus, tivesse permitido que esse relacionamento rumasse para algum tipo de envolvimento romântico.
  É bom para os casais terem amizades sadias com outros casais e com pessoas solteiras. A questão é que a sociedade moderna nunca promoveu tanto o inter-relacionamento do homem e da mulher nas mais diversas atividades como agora. Portanto, está-se tornando cada vez mais necessário para ambos os sexos saberem como manter um relacionamento apropriado e amigável um com o outro.
  “Fazer a distinção entre os sentimentos envolvendo romance, sexo e amizade pode, no entanto, ser extremamente difícil”, acautela a revista Psychology Today. “É sempre constante a possibilidade real de que a atração sexual pode surgir involuntária e subitamente numa amizade com o sexo oposto. Um abraço simples e platônico pode de repente assumir um significado mais romântico.”
  É especialmente importante que os casais sejam sensatos e práticos. “Todas as formas de intimidade com outras pessoas podem pôr o casamento em risco”, escreve Dennis Prager em seu livro Happiness is a Serious Problem (A Felicidade É um Problema Grave). “Um relacionamento íntimo não se compõe só de sexo; o cônjuge tem o direito de esperar que você o considere como seu único amigo íntimo do sexo oposto.” Jesus indicou que manter a castidade moral é uma questão de coração. (Mateus 5:28) Portanto, seja amigável, mas resguarde seu coração e evite rigorosamente quaisquer situações que poderiam levar a pensamentos, emoções e ações impróprios com relação a alguém do sexo oposto.

Os Jovens Perguntam . . . Por que amigos nos decepcionam?


“Eu tinha várias amigas . . . Aí, elas fizeram amizade com uma outra menina. Quando eu chegava perto, paravam de conversar. . . . Começaram a me excluir de tudo. Aquilo me deixou muito triste.” — Karen.*
ISSO pode acontecer com os melhores amigos. Um dia os dois não se desgrudam, no outro, nem se falam. “Amigo é aquele em quem você pode confiar, com quem você sempre pode contar, não importa o que aconteça”, diz Ana Cláudia, de 17 anos. Às vezes, porém, seu melhor amigo pode passar a agir como o pior inimigo.
Coisas que podem destruir uma amizade
O que pode estragar uma bela amizade? Para Samira, o problema começou quando sua amiga Aline lhe pediu emprestada uma de suas blusas favoritas. “Quando ela devolveu a blusa”, diz Samira, “estava suja e tinha um pequeno rasgo na manga. Ela nem mencionou isso, como se eu não fosse notar”. Como Samira se sentiu com a falta de consideração de Aline? “Fiquei louca de raiva”, diz ela. “Senti que ela não tinha nenhuma consideração pelas minhas coisas . . . nem pelos meus sentimentos.”
A pessoa também pode ficar magoada quando um amigo faz ou diz algo que a humilha. Isso aconteceu com Cíntia, quando ela disse a um grupo de colegas que ainda não tinha terminado de ler um livro sobre o qual tinha de fazer um trabalho escolar. De repente sua amiga Karina começou a criticá-la. “Ela me envergonhou na frente de vários colegas”, lembra-se Cíntia. “Fiquei muito chateada com ela. Depois disso, as coisas não foram mais como antes.”
Às vezes duas pessoas se distanciam quando uma delas procura uma nova turma. “Eu tinha uma amiga que se enturmou com um grupinho”, diz Bianca, de 13 anos. “Aí ela não ligou mais para mim.” Ou pode acontecer que alguém só quer sua amizade por interesse. “Eu e o Roberto éramos amigos”, diz Jorge. “Eu achava que ele gostava de mim como amigo, mas descobri que do que ele gostava mesmo era das entradas gratuitas para jogos e concertos que meu pai, que trabalha com propaganda, sempre arrumava.” Como Jorge se sente agora? “Nunca mais confiei nele!”, diz.
Às vezes um amigo revela a outros algo que você gostaria que não fosse passado adiante. Tatiana, por exemplo, comentou com sua amiga Sabrina um problema pessoal de uma colega de trabalho. No dia seguinte Sabrina mencionou o assunto bem na frente da referida colega de trabalho. “Nunca imaginei que ela fosse tão indiscreta!”, diz Tatiana. “Fiquei louca da vida.” Raquel, de 16 anos, passou por uma experiência semelhante quando uma amiga falou para todo mundo uma coisa que as duas haviam conversado em particular. “Fiquei envergonhada e me senti traída”, diz Raquel. “Pensei: ‘Como é que vou confiar nela de novo?’”
Uma amizade pode dar apoio emocional, especialmente quando há respeito e confiança mútua. Mas é bom lembrar que mesmo as grandes amizades podem ser abaladas. A Bíblia diz francamente: “Há companheiros dispostos a se fazerem mutuamente em pedaços.” (Provérbios 18:24) Não importa o motivo, ser traído por um amigo pode doer muito. Por que isso acontece?
Por que amizades estremecem
Nenhum relacionamento humano — entre jovens ou entre adultos — está imune a problemas. Afinal, é como o discípulo cristão Tiago escreveu: “Todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeçar em palavra, este é homem perfeito, capaz de refrear também todo o seu corpo.” (Tiago 3:2; 1 João 1:8) Visto que todos nós erramos, podemos esperar que mais cedo ou mais tarde um amigo fará ou dirá algo que nos magoe. É possível que lembremos que nós também já magoamos um amigo. (Eclesiastes 7:22) “Todos nós somos imperfeitos e vez por outra ofendemos alguém”, diz Lisa, de 20 anos.
Além da imperfeição humana, há outros fatores que podem estar envolvidos. Lembre-se, à medida que você se desenvolve e amadurece, seus interesses — e os de seus amigos — tendem a mudar. Assim, duas pessoas que antes tinham muitas coisas em comum podem sentir que, com o tempo, a amizade esfria. Uma adolescente lamentou a respeito da sua melhor amiga: “A gente pouco se comunica por telefone e, quando conversamos, quase não temos mais nada em comum.”
Uma amizade se esfriar é uma coisa. Mas por que algumas pessoas magoam os amigos? Muitas vezes a raiz do problema está no ciúme. Por exemplo, um amigo pode ressentir-se de seus talentos ou realizações. (NoteGênesis 37:4; 1 Samuel 18:7-9.) Como diz a Bíblia, “o ciúme é podridão para os ossos”. (Provérbios 14:30) Gera inveja e rivalidade. Não importa o motivo, o que você pode fazer quando um amigo o magoa?
Resolva o assunto com a pessoa
“Primeiro”, diz Raquel, “eu observava a pessoa e procurava ver se o que ela fez era de propósito”. Se você se sentir ofendido por algo que alguém disse ou fez, não reaja por impulso. Mantenha a calma e analise bem o assunto. (Provérbios 14:29) Pergunte-se: será que reagir impulsivamente vai mesmo melhorar a situação? Pensando bem, talvez ache melhor seguir o conselho do Salmo 4:4: “Ficai agitados, mas não pequeis. Falai no vosso coração, na vossa cama, e ficai quietos.” E poderá achar por bem deixar que ‘o amor cubra uma multidão de pecados’. — 1 Pedro 4:8.
Mas e se você simplesmente não consegue esquecer o assunto? Então talvez seja melhor falar com a pessoa. “É melhor conversar com a pessoa em particular e resolver o assunto”, diz Filipe, de 13 anos. “Senão, vai guardar ressentimento.” Susi, de 16 anos, é da mesma opinião. “A melhor coisa a fazer”, diz, “é dizer à pessoa que você confiava nela e que não esperava isso dela”. Jaqueline também prefere resolver a situação em particular. “Eu tenho uma conversa franca com a pessoa”, diz. “Geralmente a pessoa se abre e você pode resolver as coisas na hora.”
Naturalmente, deve ter cuidado para não ir falar com a pessoa quando você está com raiva. A Bíblia diz: “O homem enfurecido suscita contenda, mas aquele que é vagaroso em irar-se sossega a altercação.” (Provérbios 15:18) Acalme-se antes de tentar resolver a situação. “No começo você fica louca de raiva”, admite Lisa, “mas é bom esperar até se acalmar. Espere a raiva passar. Só então vá falar com a pessoa, e resolva o assunto de modo pacífico.”
O segredo é ser “pacífico”. Lembre-se de que o seu objetivo não é tirar satisfação. É resolver o assunto de forma amigável e, se possível, restabelecer a amizade. (Salmo 34:14) Assim, fale do coração. “Você pode dizer algo como: ‘Nós somos amigas, mas eu preciso saber o que aconteceu’”, sugere Lisa. “Você precisa saber por que a pessoa agiu de determinada maneira. Sabendo isso, em geral não é tão difícil lidar com a situação.”
Com certeza seria errado tentar se vingar, talvez falando mal da pessoa e tentando fazer com que outros tomem o seu lado. O apóstolo cristão Paulo escreveu aos romanos: “Não retribuais a ninguém mal por mal.” (Romanos 12:17) Realmente, não importa quanto você tenha ficado magoado, retaliar só vai piorar as coisas. “Não vale a pena vingar-se”, diz Ana Cláudia, “porque daí a amizade acaba mesmo”. Por outro lado, fazer o seu melhor para restabelecer a amizade “faz com que você se sinta uma pessoa melhor”.
Mas e se a pessoa não corresponder aos seus esforços de reconciliação? Nesse caso, lembre-se de que existem diferentes graus de amizade. “Nem todos os amigos são amigos achegados”, diz a conselheira familiar Judith McCleese. “Aprenda a aceitar o fato de que existem diferentes níveis de relacionamento.” Mas pode ter o consolo de ter feito a sua parte para fazer as pazes. O apóstolo Paulo escreveu: “Se possível, no que depender de vós, sede pacíficos para com todos os homens.” — Romanos 12:18
Até mesmo as melhores amizades passam por momentos difíceis. Se você conseguir passar por eles sem deixar que destruam seu conceito sobre outros ou sua auto-estima, então você está se desenvolvendo rumo à maturidade. Embora haja os que estão “dispostos a se fazerem mutuamente em pedaços”, a Bíblia também assegura que “há um amigo que se apega mais do que um irmão”. — Provérbios 18:24.

Amigo do peito ou amigo-da-onça?


UMA jovem aflita, que chamaremos de Sara, abriu seu coração angustiado. O homem que ela considerava seu amigo era, na verdade, um assassino. “Se alguém em quem eu confiava pôde fazer uma coisa dessas, em quem vou confiar agora?”, perguntou ela. A pessoa que a escutava perguntou-lhe se o homem tinha princípios. Ela respondeu: “O que você quer dizer com isso?” Sara nem sabia o que era “princípios”. E você, sabe? Sabe reconhecer se seus amigos têm princípios?
A resposta a essa pergunta pode literalmente significar vida ou morte, como mostra o relato de Sara. Um provérbio bíblico explica isso da seguinte forma: “Quem anda com pessoas sábias tornar-se-á sábio, mas irá mal com aquele que tem tratos com os estúpidos.” (Provérbios 13:20) A questão é que, assim como Sara, muitas pessoas escolhem os amigos tendo como base apenas “ir ou não com a cara da pessoa”, ou como se sentem quando estão juntos. É natural querer estar com pessoas que nos façam sentir bem, mas se esse for o único critério na escolha de amigos, não levando em conta as qualidades intelectuais da pessoa, poderemos estar bem perto dum grande desapontamento. Como saber se alguém tem princípios?
Princípios de moral elevados
Em primeiro lugar, nós mesmos devemos ter princípios. Precisamos saber o que é certo e errado, bom e mau, e sempre nos apegar firmemente a princípios morais elevados. Diz ainda outro provérbio bíblico: “O ferro se aguça com o próprio ferro. Assim um homem aguça a face de outro.” (Provérbios 27:17) Quando duas pessoas amigas têm princípios de moral sólidos como o ferro, elas podem ajudar uma à outra a amadurecer, tornando mais fortes os laços de amizade entre elas.
O francês Pacôme diz: “Um amigo, para mim, é alguém que me escuta e que fala bondosamente comigo, mas também é capaz de me repreender quando faço alguma asneira.” De fato, nossos melhores amigos, quer jovens quer idosos, são os que nos ajudam a caminhar na trilha certa e que nos corrigem quando estamos prestes a fazer tolices. A Bíblia diz: “Fiéis são as feridas dum amigo.” (Provérbios 27:6Almeida Atualizada) Para nos fortalecer moral e espiritualmente, precisamos andar com quem ama a Deus e a seus princípios. “Quando não havia na escola mais ninguém que tinha princípios e crenças piedosos como os que eu tinha”, relembra a francesa Céline, “aprendi a importância de ter amigos verdadeiros na congregação cristã. Eles me ajudam muitíssimo a manter o equilíbrio”.
Tenha opinião definida sobre prospectivas amizades
Se tiver interesse em fazer amizade com alguém que conheceu, talvez deva se perguntar: “Quem são seus amigos?” O tipo de pessoas que fazem parte de seu círculo de amizades diz muito sobre a própria pessoa. Também, qual é a opinião de pessoas responsáveis e maduras a respeito dele ou dela? Além disso, seria prudente levar em conta como as prospectivas amizades tratam não só a você, mas a outras pessoas também, em especial aquelas de quem não têm nada a ganhar. A menos que a pessoa demonstre boas qualidades — tais como honestidade, integridade, paciência e consideração — em todas as ocasiões e para com todos, que garantia você tem de que o prospectivo amigo vai tratar você bem?
Para chegar a conhecer o verdadeiro caráter de alguém, é preciso tempo, paciência e habilidade, além de conviver com a pessoa no dia-a-dia. A Bíblia diz: “O conselho no coração dum homem é como águas profundas, mas o homem de discernimento é quem o puxará para fora.” (Provérbios 20:5) Precisamos conversar com prospectivos amigos sobre assuntos sérios — aqueles que puxam para fora a verdadeira personalidade, motivações e princípios. Que tipo de pessoas eles revelam ser? São bondosos ou insensíveis? São animados e positivos, ou céticos e negativos? Abnegados ou interesseiros? Confiáveis ou desleais? Se o prospectivo amigo critica outras pessoas na sua frente, o que o impedirá de criticar você pelas costas? “É da abundância do coração que a boca fala”, disse Jesus. (Mateus 12:34) Se isso acontecer, devemos prestar atenção.
As coisas mais importantes para se ter em comum
Alguns acham que os amigos devem ter exatamente os mesmos gostos para tudo. Certo garotinho afirmou: “Eu nunca poderia ser amigo de alguém que não gosta de pudim!” É verdade que amigos precisam ter algo em comum para poderem compreender um ao outro, mas o mais importante é que eles compartilhem os mesmos princípios morais e espirituais. Ainda assim, não é preciso que sejam idênticos na personalidade e na formação. De fato, duas pessoas com vivências diferentes podem acrescentar força e benefícios mútuos para a amizade.
Dois exemplos memoráveis de amizade descritos na Bíblia — o de Jonatã com Davi e o de Noemi com Rute — tinham por base a devoção em comum a Deus e a seus princípios.* Um aspecto significativo naamizade deles é que, em ambos os casos, a amizade transpôs grandes diferenças de idade e formação. Portanto, esses exemplos nos ensinam algo: jovens e idosos têm muito a oferecer um ao outro em termos deamizade.
Veja o que há de bom na diferença de idade
Ter amigos mais jovens ou mais velhos pode ser uma experiência enriquecedora para todos. Considere o que alguns jovens aprenderam sobre esse assunto, de sua própria experiência.
Manuela (Itália): “Algum tempo atrás fiz amizade com um casal adulto e me abri com eles. O que me deixou feliz é que eles também se abriram comigo. Eles não me subestimaram só porque eu era jovem. Isso fez com que me achegasse a eles. Tê-los como amigos me ajuda muito quando passo por problemas. Descobri que, quando converso sobre meus problemas com pessoas da minha idade, às vezes elas me dão conselhos que não são ponderados. Mas meus amigos de mais idade são mais experientes, têm discernimento e um equilíbrio que nós, jovens, ainda não temos. Com a ajuda deles, consigo tomar decisões mais sensatas.”
Zuleica (Itália): “Em reuniões sociais, convidamos não só os jovens, mas também alguns com mais idade. O que eu tenho notado é que, quando os mais jovens e os mais maduros se reúnem, todos ficam encorajados. Nós nos divertimos bastante porque cada um tem um ponto de vista diferente sobre os assuntos.”
Vocês, que são mais maduros, também podem demonstrar interesse nos mais jovens. Segundo os comentários acima, muitos jovens apreciam sua experiência de vida e sua companhia. Amélia, uma viúva com mais de 80 anos, diz: “Tomo a iniciativa de manter contato com os mais jovens. Sua energia e vitalidade me enchem de ânimo!” Os bons resultados desse encorajamento mútuo podem durar muito tempo. Muitos jovens adultos acreditam que seu sucesso se deve em parte aos amigos — pelo menos um pouco mais velhos — que tiveram durante a juventude, os quais lhes serviram de bom exemplo e que lhes deram bons conselhos.
Intensifique os laços de amizade
Para ter bons amigos você não precisa, necessariamente, fazer novas amizades. Se já tiver bons colegas, por que não tenta aumentar o afeto que tem para com eles? Amizades antigas são um rico tesouro, portanto, devemos tratá-las como tal. Nunca trate com descaso a lealdade que demonstraram.
Acima de tudo, nunca se esqueça de que a verdadeira felicidade — e a verdadeira amizade — vêm com o dar de si mesmo, de seu tempo e de seus recursos. As recompensas valem muito mais do que quaisquer esforços e sacrifícios envolvidos. Mas se pensar só em si mesmo quando for escolher amigos, você nunca será bem-sucedido. Então, quando tiver em mente arranjar novas amizades, não pense só naqueles que admira ou naqueles que poderão lhe dar algo em troca. Mostre interesse naqueles com quem outros talvez nem pensem em fazer amizade ou naqueles que talvez não tenham facilidade em fazer amigos. A francesa Gaëlle diz: “Quando estamos reunindo um grupo para fazer algo juntos, convidamos também os jovens solitários. Dizemos para eles que ficar em casa sozinho não é interessante; que eles podem vir conosco para nos conhecermos melhor.” — Lucas 14:12-14.
Por outro lado, quando alguém com boas qualidades lhe oferecer amizade, não o dispense de imediato. A italiana Elisa comenta: “Quando você se lembra que um dia foi deixado de lado, pode ser que fique muito ressentido. Pode até mesmo começar a raciocinar que, afinal, as amizades não são tão importantes assim. Então você se fecha, se isola e só pensa em si mesmo. Em vez de procurar fazer amizades, você cria uma barreira.” Não permita que temores infundados ou interesses egoístas o impeçam de fazer novas amizades, abra-se para os outros. Temos motivos para ser profundamente gratos quando outras pessoas se preocupam conosco e querem nossa amizade.
Você pode ter verdadeiros amigos
Para ter verdadeiros amigos, é necessário fazer algo mais do que apenas desejar tê-los, esperar tê-los ou ler artigos como este. Aprender a fazer amigos é como aprender a andar de bicicleta. Não dá para aprender a andar de bicicleta ou fazer amigos apenas lendo livros. Temos de sair por aí e praticar, mesmo que isso signifique se decepcionar algumas vezes. A Bíblia mostra que as relações mais duradouras são aquelas cuja raiz se encontra na amizade com Deus. Mas Deus não pode abençoar nossos esforços de fazer amigos se não nos empenhamos nisso. Está determinado a ter verdadeiros amigos? Não desista! Ore a Deus e peça sua ajuda, tome iniciativa altruísta e seja um amigo!

Nota para os pais
  Assim como outras, a lição sobre amizades se aprende em casa. O ideal é que a vida familiar supra as necessidades que uma criança pequena tem de companheirismo. Mas acontece que, mesmo sob tais circunstâncias, o contato com outras pessoas fora do círculo familiar afeta de maneira marcante o modo de pensar, os sentimentos e o comportamento dos filhos. Os filhos de imigrantes, por exemplo, conseguem aprender rápido o novo idioma apenas por meio do contato com outras crianças.
  Vocês, pais, têm o privilégio de ajudar os filhos a escolher as amizades duma maneira sábia. Os filhos mais novos e os adolescentes ainda não têm a capacidade de tomar essas decisões sem sua ajuda. Existe um problema, porém: muitos jovens se sentem mais achegados a colegas de sua idade do que aos pais ou a qualquer outra pessoa mais velha.
  Um motivo disso é que, segundo especialistas, os pais duvidam de sua própria autoridade moral. Eles devem assumir a responsabilidade dada por Deus de tomar a iniciativa de orientar os filhos e de ficar envolvidos com eles. (Efésios 6:1-4) Mas como fazer isso? O Dr. Ron Taffel, terapeuta, ajuda muitos pais que se sentem perdidos em relação a como lidar com os filhos adolescentes. Ele escreve que muitos “se deixam levar por modismos pedagógicos promovidos pela mídia”, em vez de realmente educar os filhos. Por que recorrem a isso? “Os pais não conhecem os filhos o bastante a ponto de se relacionar diretamente com eles.”
  Não precisa ser assim. Os pais devem entender que os filhos procurarão nos amigos o que não encontram em casa. E o que seria isso? “Procuram o mesmo que todos os jovens: motivação, apreço, segurança, transparência nas regras e nas expectativas, e aceitação”, diz Taffel. “O drama da nossa época é que os adultos não conseguem satisfazer as necessidades básicas da maioria dos adolescentes, que acabam não se sentindo ‘em casa’ dentro do próprio lar.”
  Como você pode ajudar seus filhos a ter boas amizades? O primeiro passo é analisar seu próprio estilo de vida e suas amizades. Será que os alvos e o estilo de vida tanto seus como de seus amigos são nobres e altruístas? São espirituais em vez de materialistas? “As ações valem mais do que palavras, e os filhos com certeza vão assimilar as atitudes e o comportamento que observam em vocês, em seus amigos e nos filhos de seus amigos”, observa Douglas, um ancião cristão e pai.
  Muitos animais, por instinto, protegem os filhotes contra outros animais selvagens, e o fazem até de maneira feroz. Um especialista em ursos explica: “As ursas são famosas por proteger os filhotes de qualquer ameaça que farejarem.” Será que os pais humanos deveriam deixar por menos? O italiano Ruben diz: “Meus pais raciocinaram comigo à base das Escrituras, me ajudando a entender que era melhor evitar certos tipos de companhia. Minha reação inicial foi: ‘Esperem um pouco! Eu não vou poder ter nenhum amigo?’ Mas o tempo mostrou que eles estavam certos e, graças à paciência deles, isso foi uma proteção.”
  Também, faça seus filhos terem contato com pessoas que são bons exemplos e que os ajudarão a estabelecer alvos meritórios. Um jovem feliz e bem-sucedido, chamado Francis, lembra-se: “Minha mãe percebeu que eu e meus irmãos estávamos fazendo coisas só entre nós. Então, ela começou a convidar para ir em casa amigos que eram bem ativos no ministério cristão de tempo integral. Daí passamos a conhecê-los e a fazer amizadecom eles, bem dentro do nosso lar.” Com esse empenho de sua parte, a vida familiar de seus filhos poderá se tornar um solo fértil, onde germinarão e crescerão boas amizades.