Muitos pensam que o amor é um sentimento que deve brotar espontaneamente. Mas Pedro não se referia a qualquer tipo de amor; ele falava do amor na sua forma mais sublime. A palavra “amor”, em 1 Pedro 4:8, traduz a palavra grega agape. Esse termo denota amor altruísta governado, ou guiado, por princípios. Certa obra de referência diz: “É possível exigir que se demonstre amor agape, pois não se trata primariamente duma emoção, mas sim duma decisão calculada que resulta em ação.” Visto que temos a tendência inata para o egoísmo, é preciso que sejamos lembrados de nossa obrigação de amar uns aos outros, segundo as diretivas dos princípios divinos. — Gênesis 8:21; Romanos 5:12.
4 Isso não significa que devemos amar uns aos outros por mero senso de dever. O amor agape não é desprovido de cordialidade e sentimento. Pedro disse que temos de ter “intenso [literalmente, “esticado”] amor uns pelos outros”.* (Nota, NM com Referências) Não obstante, tal amor exige esforço. A respeito da palavra grega traduzida por “intenso”, certo erudito diz: “Ela passa a idéia de músculos retesados de um atleta ao usar sua última reserva de vigor no final duma corrida.”
O nosso amor, portanto, não deve se limitar a fazer apenas o que é fácil, ou restringir-se a uns poucos selecionados. O amor cristão exige esticar o nosso coração, por assim dizer, ou seja, ser amoroso mesmo que fazer isso seja desafiador. (2 Coríntios 6:11-13) Obviamente, esse tipo de amor é algo que temos de cultivar e aperfeiçoar, assim como um atleta precisa treinar e aprimorar suas habilidades. É vital termos tal amor uns pelos outros. Por quê? Por pelo menos três motivos.
Por que devemos amar uns aos outros?
Primeiro, “porque o amor [procede] de Deus”. (1 João 4:7) Jeová, a Fonte dessa cativante qualidade, nos amou primeiro. O apóstolo João diz: “Por meio disso é que se manifestou o amor de Deus em nosso caso, porque Deus enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que ganhássemos a vida por intermédio dele.” (1 João 4:9) O Filho de Deus foi ‘enviado’ no sentido de ter-se tornado humano, realizar seu ministério e morrer numa estaca — tudo isso “para que ganhássemos a vida”. Como devemos corresponder a essa expressão superlativa do amor de Deus? João diz: “Se é assim que Deus nos amou, então nós mesmos temos a obrigação de nos amarmos uns aos outros.” (1 João 4:11) Note que João diz “se é assim que Deus nos amou”, ou seja, não apenas a você, mas a nós. O ponto é claro: se Deus ama os nossos irmãos na fé, nós temos de amá-los também.
Segundo, especialmente agora é vital que amemos uns aos outros, ajudando nossos irmãos em necessidade, visto que “tem-se aproximado o fim de todas as coisas”. (1 Pedro 4:7) Vivemos em “tempos críticos, difíceis de manejar”. (2 Timóteo 3:1) As condições mundiais, os desastres naturais e a oposição nos afligem. Em circunstâncias provadoras, temos de nos achegar ainda mais uns aos outros. O amor intenso nos unirá e nos motivará a ‘ter cuidado uns para com os outros’. — 1 Coríntios 12:25, 26.
Terceiro, temos de amar uns aos outros porque não queremos ‘dar margem’ para que o Diabo explore nossas dificuldades. (Efésios 4:27) Ele não hesita em usar as imperfeições de nossos irmãos na fé — suas fraquezas, falhas e erros — como pedras de tropeço. Será que uma observação irrefletida ou uma indelicadeza nos afastariam da congregação? (Provérbios 12:18) Não, se tivermos amor intenso uns pelos outros! Esse amor nos ajuda a manter a paz e a servir a Deus unidamente, “ombro a ombro”. — Sofonias 3:9.
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Filipenses 4:8: Por fim, irmãos, todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas.