sábado, 6 de outubro de 2012
Ao volante
Geriatra fala sobre os prós e contras de dirigir depois dos 60 anos
da redação
05/10/2012
A população idosa está cada vez mais ativa e isso ninguém ousa negar. Pessoas com mais de 60 anos estão marcando presença em cursos de línguas, academias de ginástica, lotam aulas de dança e, para surpresa de muitos, afirmam sua autonomia nas ruas também, ao volante. Embora muitos gostem e não sintam dificuldade para dirigir, o envelhecimento pode prejudicar algumas funções necessárias para quem guia. Então, fique atenta a elas.
É o caso do taxista José Benedito de Oliveira, de 65 anos, um exemplo de motorista que chegou a maturidade e não sente dificuldade ao guiar um veículo. Ele possui carteira de habilitação há 45 anos, faz faculdade pela manhã, e, à tarde, vai trabalhar em seu táxi, que divide com um amigo. Ele conta que não encontra problemas para dirigir, pelo contrário. “A idade traz vantagens, entre elas a experiência. A maioria dos motoristas não tem visão de trânsito. Se eu estou no farol alinhado com dois ou três carros, eu visualizo a hora que vai fechar o sinal e a hora que vai abrir. Outro benefício é a paciência. Se há engarrafamento, eu tenho mais tolerância, não fico nervoso. Se alguém quiser passar a minha frente, eu deixo.", conta ele.
Porém, a idade pode trazer algumas implicações para as pessoas acima de 60 anos. Segundo o geriatra Salo Buksman, quando a pessoa envelhece pode ter algumas funções necessárias para a direção prejudicadas. "A visão pode ser um obstáculo para elas. A visão noturna piora, diminuindo a habilidade de enxergar em ambientes escuros. O campo visual - capacidade de ver o que acontece dos lados - também diminui."
Ainda de acordo com o especialista, as pessoas dessa faixa etária também possuem dificuldade em discriminar dois pontos, os reflexos ficam mais lentos e a atenção e concentração caem. Outra função que é atingida por causa da idade é a audição. "As respostas motoras ficam mais lentas e audição também diminui. No trânsito, o som das buzinas ou um grito podem ser sinais de alerta, e a pessoa madura pode não escutá-los." – explica o geriatra, que acrescenta: "Esses são aspectos que podem acontecer em maior ou menor grau, e mais precocemente ou tardiamente dependendo do indivíduo. São processos decorrentes do envelhecimento".
Mas como saber se o avanço da idade já está prejudicando o ato de conduzir um veículo? Buksman aconselha que sejam feitos testes práticos de direção com mais frequência. "Quando começar os impactos da idade que prejudique a direção, que essa pessoa faça trajetos curtos pela região próxima a sua residência ou lugares de mais familiaridade. Que ela dirija durante o dia e em baixa velocidade."
É claro que com a idade também podem vir vantagens. "Conserva a autonomia e independência no sentido de se deslocar sem depender dos outros. Os homens, principalmente, possuem uma relação especial com o automóvel. Ele fica com uma baixa autoestima quando para de dirigir. Portanto, deve-se manter o indivíduo na direção até ele se tornar um perigo para si ou para os outros." – encerra Buksman.
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Filipenses 4:8: Por fim, irmãos, todas as coisas que são verdadeiras, todas as que são de séria preocupação, todas as que são justas, todas as que são castas, todas as que são amáveis, todas as coisas de que se fala bem, toda virtude que há e toda coisa louvável que há, continuai a considerar tais coisas.